sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Not a goodbye!


Camila Takamune

Já fez um mês que estou aqui. Fazer um intercâmbio me lembra entrar na faculdade, nova cidade, nova rotina, nova casa, novas pessoas, novos amigos, que mesmo com pouco tempo de convivência parece que você os conhece a vida inteira. Pode demorar um pouco para se acostumar, mas depois, é duro pensar que uma hora vai acabar. No momento, eu sinto que essa é a minha nova realidade, não parece que a minha vida no Brasil está lá, do mesmo jeito que a deixei, família, amigos, namorado e faculdade, só a saudade me faz acreditar que aquela vida ainda me espera.


Fui em um passeio para a chácara da família da Catalina Muñoz, em Villavicêncio, uma cidade com clima mais quente. Ficamos o final de semana lá, aconteceram atividades em grupo, tinham cavalos e piscina, cozinhamos, dançamos, foi muito divertido, tanto para conhecer alguns voluntários da Fundação, quanto para descansar um pouco. A intenção da viagem também foi de começar o ano com muita disposição e vontade de ajudar ao outro, relembrar o que importa de verdade nesse trabalho. (Os outros itnercambistas e eu esperimentamos Formigas Culones fritas, não são tão ruins quanto eu esperava, mas também não gostei, são muito amargas.) Fui também para Piscilago, um parque aquático e zoológico em uma cidade perto de Bogotá. O dia foi bem gostoso, muito Sol, piscinas e tobogãs, por ser baixa temporada e dia de semana, não estava cheio então pudemos aproveitar bastante. (OBS: Já aprendemos que para ir em qualquer viagem, o tempo de duração do trajeto é sempre o dobro do que nos falam!) Também fizemos  coisas mais normais, como ver o jogo do Inter e Once Caldas, ir a Shoppings, no cinema e fazer compras, patinar (fazia tempo que não fazia isso), conheci um Centro Esportivo bem grande e completo perto do Parque Simon Bolívar, andei pela Universidade Nacional (que é a melhor universidade daqui. Tem um campus enorme, com diversos edifícios de diferentes épocas de construção. O de Arquitetura está condenado, já tem uma parte interditada devido à problemas estruturais causados pelo rompimento de uma tubulação de água. Os alunos saíram de férias dia 4, como consequência dos protestos e greves que aconteceram ano passado, e já recomeçam dia 20 de fevereiro).


A quinta semana teve um clima de despedidas, teve uma pequena comemoração na Fundação, com arepas com abacate, queijo e carne, estavam muuuito boas! (Eles colocam queijo em tudo por aqui, inclusive no chocolate quente e na salada de frutas) Fomos também em baladas na 85. A Maiara voltou para Joinville na quarta e a Wendy para Lima na quinta-feira. Devido à viagem para Cartagena no próximo final de semana, onde quase todos os trainees vão, também adiantamos a despedida da Luana, que volta para Vitória na terça que vem. Ir ao aeroporto é sempre triste, não sabemos quando vamos ver as pessoas de novo e nos faz pensar em nossos próprios retornos e como tudo passou tão rápido! 


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

4th Week



O ano de 2012 começou com a idéia de explorar a cidade. Eu e mais 5 intercambistas fomos até o Zoológico, mas como era um dia após um feriado estava repleto de gente, e quando digo que tinha muita gente imagine muitas pessoas  multiplicado por 3 vezes o que você pensou.
Depois da tentativa falha do zoológico, quando estávamos andando eu encontrei uns indianos que estavam indo jogar bola em um campo de terra. Claro que pra matar a saudade eu fui jogar com eles. Eles são muito ruins, correm só atrás da bola e não têm técnica nem habilidade nenhuma de jogo. Foi engraçado o resultado final.
No meio da semana fui até o planetário. Foi comédia lá dentro porque a narradora, que falava da localização das constelações e dos planetas, ficava gritando para as pessoas desligarem os celulares no meio da apresentação e toda hora ela falava: “Please, turn off your mobiles, now!!! If you don´t turn off your mobiles I won´t say anything anymore!!!” E ela só repetia isso, sem contar que depois ela começou a falar Bengali para as crianças pararem de fazer barulho. Foi muito engraçado.
No final da semana começamos a pintar as paredes da escola. As crianças estavam muito animadas e foi uma energia bem bacana. No sábado, reunimos as crianças, entorno de 60, para irmos até um parque e museu. Foi difícil deixa-los não muito exaltados. No museu vimos a história do poema épico indiano Mahabarata contado com miniaturas de bonecos e também a história do Ramayana.
Após o museu fomos para uma atração turística da cidade, o Victoria Memorial. Local construído para memorizar as lutas contra a colonização britânica, e a conquista por liberdade durante anos de colonização. A arquitetura é europeia e o prédio é muito imponente, com seu imenso jardim e enorme fachada.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Varanasi, Taj Mahal.. Hospital!


Rio Ganges

Bom... Como no ultimo post fiquei de contar do meu primeiro final de semana, aqui vai sobre ele e o seguinte!

Varanasi foi ótimo!!! Pegamos o trem sexta 5 da tarde e chegamos lá umas 10 hras da manha do outro dia.. Sim, a viagem foi enoooorme e era minha primeira vez no trem! O trem e muito sujo e tem tipo “caminhas” ai vai chegando a noite todo mundo abre a sua e você temm que dormir, porque não da pra ficar sentado com elas abertas. Como o pessoal da casa já tinha viajado antes fui avisada sobre como funciona e já fui preparada!! Levei um cobertor que tive que comprar aqui (o trem eh frio praaa burro!), álcool em gel e lenços umedecidos pra da uma passada na poeira da cama e sei la o q tem mais por lá. Às vezes tem ratinhos no chão do trem tbm... então eh bom ter cuidado pra não acordar com o Stuart little comendo o seu lanchinho da noite! ahahaha Mas mesmo assim eh tranquilo, pq você vai dormindo a viagem toda e passa muito rápido! La a gente deixou as coisas no hotel e já fomos ver o rio Ganges.. Passamos o dia todo por lá ate chegar na parte do ritual de cremação!

Pra mim, foi muito impactante! As famílias lá.. Com seus parentes enrolados em lenços alaranjados.. sei lá eh muito triste! Sem contar a quantidade de fumaça da região, fica difícil respirar e, estar lá.. Vendo tudo, e uma sensação inexplicável.
Subimos em uma torrezinha e um cara foi com a gente pra contar sobre a cultura e o ritual. Foi muito bom pra intender melhor sobre as religiões e os indianos com o amor ao Ganges! ;)
No outro dia... Demos uma volta pela cidade e voltamos pra Jaipur!

A semana foi agitada, principalmente pra mim que peguei uma bactéria! Comecei a passar mal na terça, quarta continuou.. e pra ajudar quinta era feriado nacional e o grupo da casa queria ir pra Agra ver o Taj Mahal!!! Eu queria muito ir com eles, pq se eu deixasse pra depois poderia acontecer imprevistos e eu perderia a chance de viajar com esse grupo pra outros lugares, pq nos outros fds eles iriam querer conhecer outros lugares e eu ainda teria que ir pra Agra. Então fiz minha malinha e fui tbm!! Tomei um remedinho pra melhorar meu estomago e fui. Não passei nem um pouco mal por lá.. Saímos quarta a noite e voltamos quinta pela tarde. 



Taj Mahal - Vista do Agra Fort
Taj Mahal
   O Taj Mahal eh maravilhoso!!!!!! Mas isso não e novidade pra ninguém. ahahah
Mas se for para Agra não deixe de visitar o Agra Fort. E tão lindo quanto o Taj, cada qual com a sua estrutura e beleza. 

Agra Fort
 Mas quando voltei, acho q o remédio passou efeito e voltei a ficar mal.. Sexta acordei muito fraca e não ia conseguir comer.. logo, fui no hospital!! Fiz seguro pra que, ne? A dona da casa me indicou um ótimo! O único problema foi que quando cheguei lá.. Tive que ligar pro meu seguro saúde do Brasil.. e demorou 1 hra pra eles ligarem pro hospital! Mas depois disso foi tranquilo... já fui atendida e um menino da AIESEC ficou o dia todo lá comigo. Me ajudando com os médicos e a papelada.
O hospital era ótimo mesmo, limpinho e fui muito bem atendida!
Por fim, fiquei das 12:30 am ate as 8 pm, tomei 4 soros na veia e um antibiótico.. o medico me receitou alguns remédios e já me deu no hospital mesmo.



Estava ótima e pronta pra ir pra Jaisalmer no fds!
Depois conto mais no próximo post, esse sábado fui numa conferencia da minha ONG.. foi otimo! Beijos!!! ;),.

Camilla.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Осторожно, двери закрываются!" -Como sobreviver na Rússia

Mariana Ribeiro

Se, turisticamente, me apaixonei de cara por São Petersburgo, a adaptação com a vida no país não foi tão fácil assim. Na Rússia quase ninguém nas ruas fala inglês, então qualquer tarefa cotidiana, por mais simples e comum que seja, se torna um exercício de linguagem corporal e, principalmente, de sorte, para achar alguém disposto a perder um tempo com você. Ir ao supermercado, fazer pedido em restaurante, comprar passagem de metro... certamente o que você se acostuma é a passar vergonha (acho que a Gabi pode confirmar isso), qualquer coisa que você tente fazer sozinha vai gerar alguma história engraçada. 

Para quem, como eu, já não tem muito senso de direção
naturalmente estar na Rússia só acentua
Outra coisa que dificulta a comunicação aqui é o alfabeto, que é o cirílico. No começo complica para reconhecer os lugares e decorar as palavras, mas não é muito difícil de aprender não. Com um pouquinho de esforço você aprende o som das letras e pelo menos consegue pronunciar. Claro que saber o significado das palavras é uma história muito diferente, mas conseguir ler razoavelmente é bem útil em algumas situações, fora que é muito divertido! O título, por exemplo, é a frase que a gente mais escuta aqui e uma das preferidas, já que é uma das únicas que decoramos. Significa: “cuidado, as portas vão fechar”, é o aviso de que o metro vai andar. E se lê mais ou menos como: “Astarógena, Dvieri Zakrbaltcya”. 

Para mim, o mais difícil, sem dúvida, foi aprender a pegar o ônibus sozinha. São Petersburgo é uma cidade muito grande e o metro aqui não alcança muitos pontos da cidade, onde eu moro, por exemplo, preciso pegar um ônibus pra chegar na estação. Ir até lá não foi tanto um problema, já que todo mundo desce no mesmo lugar, agora voltar.., A primeira vez que fiz esse trajeto foi sozinha porque meu host estava trabalhando, achei que fosse reconhecer o lugar quando chegasse na rua, mas não foi tão simples assim. Desci antes do lugar certo e fiquei esperando o próximo ônibus passar, quando subi fiquei lá perguntando pra todo mundo se alguém falava inglês, até que achei um homem que me avisou onde eu tinha que descer. Mas não parou por ai, mesmo estando na rua certa eu ainda não reconheci o lugar! E para explicar para o meu host onde eu estava, com todos os nomes de lojas escritos em alfabeto russo... 

Depois disso, até eu decorar onde devia descer do ônibus, comecei a andar com um papel em russo, que dizia: “Olá, não falo russo. Você pode, por favor, me avisar quando chegar nesse endereço”. Com uma ou duas semanas já fica tudo bem mais fácil, você já aprende a andar de metro, pegar o ônibus para sua casa, andar sozinha no Centro e algumas outras coisas fundamentais, mas até o hoje eu me perco com bastante freqüência. Essa semana mesmo estava em uma estação diferente da minha, porque sabia que o ônibus passava lá também, peguei o certo mas no sentido contrário e fui para em outro lado da cidade. 

Mas não tenho o que reclamar do transporte aqui não, é muito eficiente. Apesar de o metro não cobrir uma parte muito grande da cidade, existem muitas linhas de ônibus, eles passam com bastante freqüência e são bem baratos, é possível fazer um cartão que custa 600 rublos (em torno de 35 reais) e fazer viagens ilimitadas por um mês. Além dos ônibus públicos, existem, também, empresas privadas de mini ônibus, que custam 30 rublos (menos de 2 reais) e são bem rápidos e confortáveis. E ainda existem os trens e os trólebus, que te levam para diferentes lugares da cidade. 

Até o final de janeiro os rios não estavam
completamente congelados
Uma coisa que não foi um problema no começo, mas que agora está complicado é a temperatura. Durante o primeiro mês aqui as temperaturas não foram inferiores a -5°, mas na última semana baixaram para -20, -22. Ai é bem difícil de aguentar, especialmente para os brasileiros (nós reclamamos do frio o tempo todo!). Você não consegue passar muito tempo andando na rua que seu nariz, mãos e pés já começam a congelar. E a gente tem que trabalhar, pegar ônibus, metro, como um morador normal daqui, não dá para passar o dia debaixo das cobertas, então atrapalha bastante a vida. Mas quisemos vir para Rússia no inverno, agora temos que lidar com isso! Hahahahha 
Borscht, esse prato é muito bom,
mas a comida em geral está fazendo todos
os brasileiros sonharem com um churrasco

Outras coisas que a gente estranha um pouco é a comida, alguns costumes, a disposição dos apartamentos e coisas assim, mas com tudo isso a gente acostuma e elas não tiram, nem um pouco, a beleza da cidade, do intercâmbio, do trabalho, das pessoas daqui e das de fora também! Tudo nos faz dar boas risadas, crescer muito e aprender coisas diferentes toda hora do dia!


Um abraços a todos no Brasil!
Sinto saudades!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

3rd Week


Essa semana foi bem corrida, pois eu e os outros intercambistas estavam ajeitando tudo para a celebração do Natal e Ano Novo que decidimos por realizar tudo no dia 31 de dezembro. A preparação ocorreu durante toda a semana, onde nós nos reunimos com os alunos e ensinamos a eles algumas danças e algum deles iriam discorrer também sobre o nascimento de Jesus e sobre quem foi Madre Teresa de Calcutá.

Eu fui com Ajay, supervisor da escola, um homem descolado que gosta de musica e é bem animado para aprender sobre as diversidades de cada país, até um restaurante chinês. Lá a gente brindou pelo trabalho e amizade e comi umas carnes suínas muito boas, além de noodles sea food.

No próximo dia, eu e meus companheiros de trabalho nos reunimos para discutir a ideia de pintar as paredes da escola, passando mensagens de paz, união e aceitação mútua e universal. Para isso nos dividimos em grupos e os alunos desenharam o que eles viam por um mundo perfeito e a realidade de suas vidas, procurando por uma Índia melhorada.

Os desenhos ficaram muito bons e o trabalho foi muito gratificante. No mesmo dia eu e Rubens (LCP AIESEC Maringá) fizemos desenho em nossas mãos com “Mandi”, uma espécie de tinta heena. O desenho ficou interessante. Fiz uma bandeira do Brasil com Índia, Brasil e meu nome escritos em minha mão direita. Também pintei meu dedão e dedinho. A partir daquele momento iria descobrir que aquela tinta iria durar muito tempo até desaparecer, mas fazer o que se não consigo não me render as tentações das experiências diferenciadas de um lugar tão incomum como é a Índia.


Durante essas semanas de férias em que a escola estará, um professor que leciona Matematica para a turma “Science”, também tornaria o nosso professor de meditação. Foi muito interessante saber que no meu lugar de trabalho eu teria aulas de meditação e yoga gratuitas todos os dias.

As aulas incluem desde técnicas de Vipashna até alternações de level de respiração para energizar o corpo, seguido de yoga.

Nesta semana também descobri um local para comer, onde os noodles e o arroz fritos são uma delícia.

No último dia do ano, fui com os trainees para o Indian Museum. Um lugar imenso, cheio de objetos, desde minerais de várias partes da Índia até ossos de animais pré-históricos. Apesar de tudo foi um pouco ruim, pois o museu não providencia nenhuma interação interessante entre as obras e os visitantes.

Na parte da noite fomos a escola onde iria acontecer o evento de virada de ano. Foi recompensante ver os alunos engajados depois de toda a preparação e deu tudo certo. Eu fiquei mais alegre ainda, pois como estávamos celebrando o Natal no mesmo dia da virada de ano, eu me vesti de papai noel e fui entregar presentes para as crianças. Ficou um papai noel bastante fajuto, mas muitas crianças ficaram deslumbradas em ver o “Santa” e outros ficavam por falar: “É o Matheus, ele é o papai noel” e eu depois de tudo sai de fininho no meu treno hahaahaha e me vesti novamente. Posteriormente voltando ao hall tivemos uma festa de fim de ano com musica e comida. Foi uma energia muito boa.
 


Uma hora antes da virada eu e o pessoal estávamos voltando para casa. Foi difícil achar taxi aquela hora, e falávamos, “Hei Dada, vai rápido, vai rápido!”, porque queríamos chegar antes da virada de ano em casa e não passar dentro de um taxi.

No final de tudo, deu certo e passamos o final de 2011 com uma Ypioca e uma vodka da Rússia, além de uma bebida russa que não sei o que era. Ou seja, bebemoramos na virada de ano ao estilo Rússia + Brasil.