domingo, 11 de março de 2012

Hasta la vista, Baby!!

Camila Takamune

Desculpa o atraso,  mas aqui segue o fim da minha jornada ;D

Meus últimos 10 dias na Colômbia foram bem agitados. Fomos viajar para Cartagena de las Índias no dia 11 de fevereiro, foram Magui e Merce (argentinas), Sofi (peruana), Dudu (gaúcho) e eu, ficamos na casa da Kelly, que já construiu com a fundação. Na primeira noite saímos para um bar encontrar com os trainees de lá, mas o Eduardo não conseguiu entrar porque estava de bermuda, e a casa ficava muito longe para ir trocar, então fomos explorar a cidade. Ficamos em um lugar que tocava bastante salsa, e, como os bogotanos dizem, as pessoas da costa falam muito rápido e dançam muito pegado.

No dia seguinte fomos à praia, andamos de banana, fomos em mais pessoas do que suportava, assim caímos muitas vezes até irritar os donos e acabamos voltando no barco mesmo. De noite fomos andar de Chiva, uma espécie de ônibus que anda pela cidade passando por pontos turísticos, dentro têm um grupo de música típica, bebida (Rum e Coca) e um guia/animador. Foi bem divertido, paramos na cidade antiga e comemos coisas costenhas,  como arepas com ovo e empanadas, o ponto final foi um bar onde dançamos bastante. 
No outro dia acordamos cedo para ir às Islas de Rosário, que ficam fora da Costa de Cartagena, fomos em uma lancha chamada Camila Princess *-* São as praias mais lindas que vi na vida, água totalmente cristalina com recifes de corais, o Caribe realmente é maravilhoso. Muito Sol e brisa do mar! Paramos para mergulhar por uma hora, os corais eram enormes, me senti numa mistura de Barbie fundo do mar e Harry Potter e o Cálice de Fogo, pena que estava sem máquina lá. Depois ficamos o resto da tarde na Playa Blanca, en Baru. Almoçamos peixe com arroz com coco (me espantou que a Magui nunca tinha comido peixe na vida!). Voltamos para a cidade e fomos andar para conhecer o resto dos monumentos, fomos na cidade antiga, no centro, em várias praças, e no Castelo de São Felipe. Mortos, voltamos para a casa e fizemos a janta como forma de agradecimento. Realmente acredito que Cartagena é uma das, se não a mais, cidades mais bonitas que já vi na vida, mistura a parte histórica com suas muralhas e castelos com a beleza de suas praias e as construções modernas e turísticas.


Decidimos alterar o roteiro da viagem, e passar por Barranquilla, já que estávamos tão perto, por isso saímos bem cedinho e pegamos um ônibus que não parava no terminal, então descemos em um ponto X, e começamos a ligar para todas as pessoas que conhecíamos de lá para conseguir abrigo (eu nunca tinha ficado assim tão ao léu). Acabamos na casa da Roxy, que estuda em Bogotá mas é da AIESEC La Sabana. Fomos ao Museo del Caribe, almoçamos em um shopping e depois fomos em uma feirinha, a melhor de todas que eu fui, compramos vários presentes. Depois, Juanpo VP da @JA nos levou em um tour pela “parte bonita de Barranquilla”. As pessoas de lá que conhecemos disseram que não há muito o que fazer na cidade, tirando o carnaval, que é reconhecido mundialmente como muito bom, me arrependo até hoje de não termos ficado lá para ver. 
OBS: A Shakira não tem uma casa lá J mas tem uma estátua!


De manhã fomos a Santa Marta mas tiveram vários atrasos, então decidimos ficar o dia na cidade e ir para o Tayrona no dia seguinte. Ficamos na casa dos pais de um VP @Buenos Aieres, fomos fazer compras, fomos até a praia e ao centro. Voltamos e fizemos a janta, comida peruana com sobremesa brasileira.  Logo cedo pegamos um táxi que nos levou ao Mercado, onde pegamos um ônibus para o Parque Tayrona, fica a uns 40 minutos da cidade. Chegando lá compramos as entradas e depois pegamos um ônibus até o estacionamento, poupando 6km de caminhada. Aí então começamos a caminhar em direção a Playa del Cabo, passamos por paisagens lindas, pulando rochas, entre as árvores e praias.

Demoramos aproximadamente 2 horas e meia, o peso das mochilas já era insuportável e estava muito quente. Alugamos barracas, almoçamos e fomos a praia. Estava bem cheia de turistas, vimos muitos argentinos e alemães. Encontramos também os trainees de Barranquilla, e com eles ficamos de noite bebendo e conversando. Lá também têm muitos brasileiros. No último dia acordamos, ficamos na praia de manhã, almoçamos, arrumamos tudo e fizemos o caminho de volta, dessa vez alugamos um cavalo para levar as coisas da metade do caminho em diante, muito mais facil. Voltamos a Santa Marta e logo fomos ao aeroporto. O voo atrasou um pouco e chegamos de madrugada em Bogotá.

No dia 18 de manhã fomos construir em um sítio da dona da Fundação em Cajicá, era uma casa diferente do padrão, era de 49 m² para o caseiro, foi incomum também porque não foi para uma família de extrema necessidade e não teve toda aquela interação com a comunidade e tal. Já estava com metade construída, estávamos todos muito cansados e tinham poucas pessoas. Almoçamos na cidade e fomos embora. A noite foi a nossa festa de despedida, na 85. O esquenta foi em um bar e depois fomos para outro, dançar. Fiquei muito feliz porque revi a irmã do Manuel, meus primeiros hosts, e não a havia visto desde que sai de sua casa, também porque foi a primeira vez que as minhas hosts saíram comigo. O problema foi que estávamos todos tão mortos que acabamos indo embora super cedo.


No domingo fomos na casa do Dudu, almoçamos e depois ficamos fazendo nada, juntos J. Na segunda fui ao Jardim Botânico e depois ao Shopping. De noite fomos na casa da Sofi, ela fez as malas, bebemos Absolut (A Smirnoff é tão cara que não vale a pena) que compramos pra viagem e não tomamos e Fernet argentino com Coca (lá eles adoram, mas eu não gostei), gravamos vídeos para as AIESECs, tiramos fotos e trocamos presentes! Terça de manhã fui na Fundação me despedir, de tarde fui ao Centro terminar de comprar presentes e não conseguir ir ao aeroporto me despedir do Dudu e da Sofi. 


Na quarta dia 22 tudo já estava pronto, ao meio dia fui ao aeroporto, fiz check in e encontrei com o David, a Magui e a Merce. Comemos e nos despedimos, chorei muito e fui chorando até entrar no avião. É muito triste falar adeus para pessoas que provavelmente não vou ver de novo, só me lembro de uma outra vez na vida que isso aconteceu. Durante o voo quando finalmente caiu a ficha de estar voltando, foi uma mistura de tristeza “vou sentir saudade de tudo” com nervosismo “não acredito que vou ver minha familia, namorado e amigos”. O voo foi longo, visto que não consegui dormir. Cheguei em Guarulhos e liguei para os meus pais e encontrei com eles e minha irmã e fomos para casa.



 
Toda essa experiência foi maravilhosa, meeesmo! Conhecer um novo país, nova cultura e principalmente novas pessoas. Ver o modo como vivem, como pensam... é tudo muito rico! Foi tudo tão intenso e eu sinto que realmente contribuiu para o meu crescimento pessoal e profissional. E já sinto muuuita saudade da minha vida de lá! 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Not a goodbye!


Camila Takamune

Já fez um mês que estou aqui. Fazer um intercâmbio me lembra entrar na faculdade, nova cidade, nova rotina, nova casa, novas pessoas, novos amigos, que mesmo com pouco tempo de convivência parece que você os conhece a vida inteira. Pode demorar um pouco para se acostumar, mas depois, é duro pensar que uma hora vai acabar. No momento, eu sinto que essa é a minha nova realidade, não parece que a minha vida no Brasil está lá, do mesmo jeito que a deixei, família, amigos, namorado e faculdade, só a saudade me faz acreditar que aquela vida ainda me espera.


Fui em um passeio para a chácara da família da Catalina Muñoz, em Villavicêncio, uma cidade com clima mais quente. Ficamos o final de semana lá, aconteceram atividades em grupo, tinham cavalos e piscina, cozinhamos, dançamos, foi muito divertido, tanto para conhecer alguns voluntários da Fundação, quanto para descansar um pouco. A intenção da viagem também foi de começar o ano com muita disposição e vontade de ajudar ao outro, relembrar o que importa de verdade nesse trabalho. (Os outros itnercambistas e eu esperimentamos Formigas Culones fritas, não são tão ruins quanto eu esperava, mas também não gostei, são muito amargas.) Fui também para Piscilago, um parque aquático e zoológico em uma cidade perto de Bogotá. O dia foi bem gostoso, muito Sol, piscinas e tobogãs, por ser baixa temporada e dia de semana, não estava cheio então pudemos aproveitar bastante. (OBS: Já aprendemos que para ir em qualquer viagem, o tempo de duração do trajeto é sempre o dobro do que nos falam!) Também fizemos  coisas mais normais, como ver o jogo do Inter e Once Caldas, ir a Shoppings, no cinema e fazer compras, patinar (fazia tempo que não fazia isso), conheci um Centro Esportivo bem grande e completo perto do Parque Simon Bolívar, andei pela Universidade Nacional (que é a melhor universidade daqui. Tem um campus enorme, com diversos edifícios de diferentes épocas de construção. O de Arquitetura está condenado, já tem uma parte interditada devido à problemas estruturais causados pelo rompimento de uma tubulação de água. Os alunos saíram de férias dia 4, como consequência dos protestos e greves que aconteceram ano passado, e já recomeçam dia 20 de fevereiro).


A quinta semana teve um clima de despedidas, teve uma pequena comemoração na Fundação, com arepas com abacate, queijo e carne, estavam muuuito boas! (Eles colocam queijo em tudo por aqui, inclusive no chocolate quente e na salada de frutas) Fomos também em baladas na 85. A Maiara voltou para Joinville na quarta e a Wendy para Lima na quinta-feira. Devido à viagem para Cartagena no próximo final de semana, onde quase todos os trainees vão, também adiantamos a despedida da Luana, que volta para Vitória na terça que vem. Ir ao aeroporto é sempre triste, não sabemos quando vamos ver as pessoas de novo e nos faz pensar em nossos próprios retornos e como tudo passou tão rápido! 


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

4th Week



O ano de 2012 começou com a idéia de explorar a cidade. Eu e mais 5 intercambistas fomos até o Zoológico, mas como era um dia após um feriado estava repleto de gente, e quando digo que tinha muita gente imagine muitas pessoas  multiplicado por 3 vezes o que você pensou.
Depois da tentativa falha do zoológico, quando estávamos andando eu encontrei uns indianos que estavam indo jogar bola em um campo de terra. Claro que pra matar a saudade eu fui jogar com eles. Eles são muito ruins, correm só atrás da bola e não têm técnica nem habilidade nenhuma de jogo. Foi engraçado o resultado final.
No meio da semana fui até o planetário. Foi comédia lá dentro porque a narradora, que falava da localização das constelações e dos planetas, ficava gritando para as pessoas desligarem os celulares no meio da apresentação e toda hora ela falava: “Please, turn off your mobiles, now!!! If you don´t turn off your mobiles I won´t say anything anymore!!!” E ela só repetia isso, sem contar que depois ela começou a falar Bengali para as crianças pararem de fazer barulho. Foi muito engraçado.
No final da semana começamos a pintar as paredes da escola. As crianças estavam muito animadas e foi uma energia bem bacana. No sábado, reunimos as crianças, entorno de 60, para irmos até um parque e museu. Foi difícil deixa-los não muito exaltados. No museu vimos a história do poema épico indiano Mahabarata contado com miniaturas de bonecos e também a história do Ramayana.
Após o museu fomos para uma atração turística da cidade, o Victoria Memorial. Local construído para memorizar as lutas contra a colonização britânica, e a conquista por liberdade durante anos de colonização. A arquitetura é europeia e o prédio é muito imponente, com seu imenso jardim e enorme fachada.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Varanasi, Taj Mahal.. Hospital!


Rio Ganges

Bom... Como no ultimo post fiquei de contar do meu primeiro final de semana, aqui vai sobre ele e o seguinte!

Varanasi foi ótimo!!! Pegamos o trem sexta 5 da tarde e chegamos lá umas 10 hras da manha do outro dia.. Sim, a viagem foi enoooorme e era minha primeira vez no trem! O trem e muito sujo e tem tipo “caminhas” ai vai chegando a noite todo mundo abre a sua e você temm que dormir, porque não da pra ficar sentado com elas abertas. Como o pessoal da casa já tinha viajado antes fui avisada sobre como funciona e já fui preparada!! Levei um cobertor que tive que comprar aqui (o trem eh frio praaa burro!), álcool em gel e lenços umedecidos pra da uma passada na poeira da cama e sei la o q tem mais por lá. Às vezes tem ratinhos no chão do trem tbm... então eh bom ter cuidado pra não acordar com o Stuart little comendo o seu lanchinho da noite! ahahaha Mas mesmo assim eh tranquilo, pq você vai dormindo a viagem toda e passa muito rápido! La a gente deixou as coisas no hotel e já fomos ver o rio Ganges.. Passamos o dia todo por lá ate chegar na parte do ritual de cremação!

Pra mim, foi muito impactante! As famílias lá.. Com seus parentes enrolados em lenços alaranjados.. sei lá eh muito triste! Sem contar a quantidade de fumaça da região, fica difícil respirar e, estar lá.. Vendo tudo, e uma sensação inexplicável.
Subimos em uma torrezinha e um cara foi com a gente pra contar sobre a cultura e o ritual. Foi muito bom pra intender melhor sobre as religiões e os indianos com o amor ao Ganges! ;)
No outro dia... Demos uma volta pela cidade e voltamos pra Jaipur!

A semana foi agitada, principalmente pra mim que peguei uma bactéria! Comecei a passar mal na terça, quarta continuou.. e pra ajudar quinta era feriado nacional e o grupo da casa queria ir pra Agra ver o Taj Mahal!!! Eu queria muito ir com eles, pq se eu deixasse pra depois poderia acontecer imprevistos e eu perderia a chance de viajar com esse grupo pra outros lugares, pq nos outros fds eles iriam querer conhecer outros lugares e eu ainda teria que ir pra Agra. Então fiz minha malinha e fui tbm!! Tomei um remedinho pra melhorar meu estomago e fui. Não passei nem um pouco mal por lá.. Saímos quarta a noite e voltamos quinta pela tarde. 



Taj Mahal - Vista do Agra Fort
Taj Mahal
   O Taj Mahal eh maravilhoso!!!!!! Mas isso não e novidade pra ninguém. ahahah
Mas se for para Agra não deixe de visitar o Agra Fort. E tão lindo quanto o Taj, cada qual com a sua estrutura e beleza. 

Agra Fort
 Mas quando voltei, acho q o remédio passou efeito e voltei a ficar mal.. Sexta acordei muito fraca e não ia conseguir comer.. logo, fui no hospital!! Fiz seguro pra que, ne? A dona da casa me indicou um ótimo! O único problema foi que quando cheguei lá.. Tive que ligar pro meu seguro saúde do Brasil.. e demorou 1 hra pra eles ligarem pro hospital! Mas depois disso foi tranquilo... já fui atendida e um menino da AIESEC ficou o dia todo lá comigo. Me ajudando com os médicos e a papelada.
O hospital era ótimo mesmo, limpinho e fui muito bem atendida!
Por fim, fiquei das 12:30 am ate as 8 pm, tomei 4 soros na veia e um antibiótico.. o medico me receitou alguns remédios e já me deu no hospital mesmo.



Estava ótima e pronta pra ir pra Jaisalmer no fds!
Depois conto mais no próximo post, esse sábado fui numa conferencia da minha ONG.. foi otimo! Beijos!!! ;),.

Camilla.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Осторожно, двери закрываются!" -Como sobreviver na Rússia

Mariana Ribeiro

Se, turisticamente, me apaixonei de cara por São Petersburgo, a adaptação com a vida no país não foi tão fácil assim. Na Rússia quase ninguém nas ruas fala inglês, então qualquer tarefa cotidiana, por mais simples e comum que seja, se torna um exercício de linguagem corporal e, principalmente, de sorte, para achar alguém disposto a perder um tempo com você. Ir ao supermercado, fazer pedido em restaurante, comprar passagem de metro... certamente o que você se acostuma é a passar vergonha (acho que a Gabi pode confirmar isso), qualquer coisa que você tente fazer sozinha vai gerar alguma história engraçada. 

Para quem, como eu, já não tem muito senso de direção
naturalmente estar na Rússia só acentua
Outra coisa que dificulta a comunicação aqui é o alfabeto, que é o cirílico. No começo complica para reconhecer os lugares e decorar as palavras, mas não é muito difícil de aprender não. Com um pouquinho de esforço você aprende o som das letras e pelo menos consegue pronunciar. Claro que saber o significado das palavras é uma história muito diferente, mas conseguir ler razoavelmente é bem útil em algumas situações, fora que é muito divertido! O título, por exemplo, é a frase que a gente mais escuta aqui e uma das preferidas, já que é uma das únicas que decoramos. Significa: “cuidado, as portas vão fechar”, é o aviso de que o metro vai andar. E se lê mais ou menos como: “Astarógena, Dvieri Zakrbaltcya”. 

Para mim, o mais difícil, sem dúvida, foi aprender a pegar o ônibus sozinha. São Petersburgo é uma cidade muito grande e o metro aqui não alcança muitos pontos da cidade, onde eu moro, por exemplo, preciso pegar um ônibus pra chegar na estação. Ir até lá não foi tanto um problema, já que todo mundo desce no mesmo lugar, agora voltar.., A primeira vez que fiz esse trajeto foi sozinha porque meu host estava trabalhando, achei que fosse reconhecer o lugar quando chegasse na rua, mas não foi tão simples assim. Desci antes do lugar certo e fiquei esperando o próximo ônibus passar, quando subi fiquei lá perguntando pra todo mundo se alguém falava inglês, até que achei um homem que me avisou onde eu tinha que descer. Mas não parou por ai, mesmo estando na rua certa eu ainda não reconheci o lugar! E para explicar para o meu host onde eu estava, com todos os nomes de lojas escritos em alfabeto russo... 

Depois disso, até eu decorar onde devia descer do ônibus, comecei a andar com um papel em russo, que dizia: “Olá, não falo russo. Você pode, por favor, me avisar quando chegar nesse endereço”. Com uma ou duas semanas já fica tudo bem mais fácil, você já aprende a andar de metro, pegar o ônibus para sua casa, andar sozinha no Centro e algumas outras coisas fundamentais, mas até o hoje eu me perco com bastante freqüência. Essa semana mesmo estava em uma estação diferente da minha, porque sabia que o ônibus passava lá também, peguei o certo mas no sentido contrário e fui para em outro lado da cidade. 

Mas não tenho o que reclamar do transporte aqui não, é muito eficiente. Apesar de o metro não cobrir uma parte muito grande da cidade, existem muitas linhas de ônibus, eles passam com bastante freqüência e são bem baratos, é possível fazer um cartão que custa 600 rublos (em torno de 35 reais) e fazer viagens ilimitadas por um mês. Além dos ônibus públicos, existem, também, empresas privadas de mini ônibus, que custam 30 rublos (menos de 2 reais) e são bem rápidos e confortáveis. E ainda existem os trens e os trólebus, que te levam para diferentes lugares da cidade. 

Até o final de janeiro os rios não estavam
completamente congelados
Uma coisa que não foi um problema no começo, mas que agora está complicado é a temperatura. Durante o primeiro mês aqui as temperaturas não foram inferiores a -5°, mas na última semana baixaram para -20, -22. Ai é bem difícil de aguentar, especialmente para os brasileiros (nós reclamamos do frio o tempo todo!). Você não consegue passar muito tempo andando na rua que seu nariz, mãos e pés já começam a congelar. E a gente tem que trabalhar, pegar ônibus, metro, como um morador normal daqui, não dá para passar o dia debaixo das cobertas, então atrapalha bastante a vida. Mas quisemos vir para Rússia no inverno, agora temos que lidar com isso! Hahahahha 
Borscht, esse prato é muito bom,
mas a comida em geral está fazendo todos
os brasileiros sonharem com um churrasco

Outras coisas que a gente estranha um pouco é a comida, alguns costumes, a disposição dos apartamentos e coisas assim, mas com tudo isso a gente acostuma e elas não tiram, nem um pouco, a beleza da cidade, do intercâmbio, do trabalho, das pessoas daqui e das de fora também! Tudo nos faz dar boas risadas, crescer muito e aprender coisas diferentes toda hora do dia!


Um abraços a todos no Brasil!
Sinto saudades!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

3rd Week


Essa semana foi bem corrida, pois eu e os outros intercambistas estavam ajeitando tudo para a celebração do Natal e Ano Novo que decidimos por realizar tudo no dia 31 de dezembro. A preparação ocorreu durante toda a semana, onde nós nos reunimos com os alunos e ensinamos a eles algumas danças e algum deles iriam discorrer também sobre o nascimento de Jesus e sobre quem foi Madre Teresa de Calcutá.

Eu fui com Ajay, supervisor da escola, um homem descolado que gosta de musica e é bem animado para aprender sobre as diversidades de cada país, até um restaurante chinês. Lá a gente brindou pelo trabalho e amizade e comi umas carnes suínas muito boas, além de noodles sea food.

No próximo dia, eu e meus companheiros de trabalho nos reunimos para discutir a ideia de pintar as paredes da escola, passando mensagens de paz, união e aceitação mútua e universal. Para isso nos dividimos em grupos e os alunos desenharam o que eles viam por um mundo perfeito e a realidade de suas vidas, procurando por uma Índia melhorada.

Os desenhos ficaram muito bons e o trabalho foi muito gratificante. No mesmo dia eu e Rubens (LCP AIESEC Maringá) fizemos desenho em nossas mãos com “Mandi”, uma espécie de tinta heena. O desenho ficou interessante. Fiz uma bandeira do Brasil com Índia, Brasil e meu nome escritos em minha mão direita. Também pintei meu dedão e dedinho. A partir daquele momento iria descobrir que aquela tinta iria durar muito tempo até desaparecer, mas fazer o que se não consigo não me render as tentações das experiências diferenciadas de um lugar tão incomum como é a Índia.


Durante essas semanas de férias em que a escola estará, um professor que leciona Matematica para a turma “Science”, também tornaria o nosso professor de meditação. Foi muito interessante saber que no meu lugar de trabalho eu teria aulas de meditação e yoga gratuitas todos os dias.

As aulas incluem desde técnicas de Vipashna até alternações de level de respiração para energizar o corpo, seguido de yoga.

Nesta semana também descobri um local para comer, onde os noodles e o arroz fritos são uma delícia.

No último dia do ano, fui com os trainees para o Indian Museum. Um lugar imenso, cheio de objetos, desde minerais de várias partes da Índia até ossos de animais pré-históricos. Apesar de tudo foi um pouco ruim, pois o museu não providencia nenhuma interação interessante entre as obras e os visitantes.

Na parte da noite fomos a escola onde iria acontecer o evento de virada de ano. Foi recompensante ver os alunos engajados depois de toda a preparação e deu tudo certo. Eu fiquei mais alegre ainda, pois como estávamos celebrando o Natal no mesmo dia da virada de ano, eu me vesti de papai noel e fui entregar presentes para as crianças. Ficou um papai noel bastante fajuto, mas muitas crianças ficaram deslumbradas em ver o “Santa” e outros ficavam por falar: “É o Matheus, ele é o papai noel” e eu depois de tudo sai de fininho no meu treno hahaahaha e me vesti novamente. Posteriormente voltando ao hall tivemos uma festa de fim de ano com musica e comida. Foi uma energia muito boa.
 


Uma hora antes da virada eu e o pessoal estávamos voltando para casa. Foi difícil achar taxi aquela hora, e falávamos, “Hei Dada, vai rápido, vai rápido!”, porque queríamos chegar antes da virada de ano em casa e não passar dentro de um taxi.

No final de tudo, deu certo e passamos o final de 2011 com uma Ypioca e uma vodka da Rússia, além de uma bebida russa que não sei o que era. Ou seja, bebemoramos na virada de ano ao estilo Rússia + Brasil.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Chévere!


Camila Takamune

Estou trabalhando todos os dias, há vezes que não tem muito o que fazer, e os trainees ficam à toa, mas a gente também fez algumas coisas legais por lá. Teve uma festa de despedida de uma funcionária, com dinâmicas, comida e um grupo de música colombiana/mexicana; Fomos visitar duas comunidades carentes aqui perto de Bogotá, Altos de Cazucá e Altos de Florida, onde a Fundação Catalina Muñoz já está com projetos em andamento; Nas aulas de gastronomia, já foi a de comida peruana (muito boa), devido a grande altitude daqui, demora muito para cozinhar os alimentos; As aulas de português são sempre muito engraçadas. Ajudamos a organizar tudo para as viagens de construção, em Medellin e em Pereira.

“La recompenza de una buena acción es haberla hecho”
Os outros trainees e eu fomos para Pereira, a viagem de ida demorou cerca de 13 horas, já que o ônibus fretado quebrou e ficamos esperando mecânicos, polícia e tudo mais. No fim subimos em outros ônibus na estrada, que nos levaram até a rodoviária de Armênia, onde pegamos outro ônibus até Pereira. Ficamos em uma casa afastada do centro urbano, então não pudemos sair de noite para conhecer a cidade, mas foi bom para uma maior integração entre os funcionários e voluntários. A construção foi no dia 23 de fevereiro, fomos divididos em 3 quadrilhas de 7 pessoas, cada uma era responsável por construir uma casa. Por ser pré-fabricada, é como montar um grande quebra-cabeças com placas de concreto e perfis de aço. O trabalho é bem pesado. A família para quem construí a casa era constituída pelos pais, um filho e duas filhas, sendo que o menino sofre de alguma doença em que os músculos não se desenvolveram, então ele é completamente dependente dos outros. A construção durou o dia todo e, na hora da entrega da casa, é muito emocionante e gratificante. O contato com essa população desprivilegiada economicamente pode ter muito impacto pra gente.

Museo Botero
Como estamos na rotina do trabalho, tem dias que não fazemos nada, mas eventualmente a gente sai pra conhecer a cidade, como para Usaquen em uma feira de artesanatos e em restaurantes de comidas típicas internacionais, comemos comida argentina e peruana (aqui não existe rodízio, só na churrascaria brasileira); Para a 85, que é uma rua com muitos bares (a  maioria dos barzinhos têm lugar para dançar também), um lugar muito legal é o Andres, um restaurante/balada de 4 andares, muito decorado, com muitas atrações; Fomos ao Centro, no Museu de Botero, um artista bem conhecido aqui, mas também continham obras de outros artistas famosos, como Picasso e na  Casa da Moeda. Alguns membros do CL nos ensinaram a jogar Tejo, um esporte das civilizações pré-colombianas que é muito popular, joga-se em quadras específicas que têm um alvo de argila, e no centro setas com pólvora, o objetivo é acertá-lo de uma certa distância e conforme o lugar atingido, a pontuação é maior ou menor.
Brasileiros em Bogotá

A convivência com os outros trainees é cada vez maior, nos vemos pelo menos 4 vezes por semana, alguns eu vejo todos os dias. Já compramos as passagens para a viagem à Costa Caribenha, eu e mais 5 intercambistas vamos para Cartagena e Santa Marta nos dias 11 a 17 de fevereiro. Por haver muitos brasileiros aqui, também estamos conversando muito em português, mas mesmo sendo do mesmo país, cada um é de uma região, Porto Alegre, Joinville, Rio de Janeiro, Vitória e São Paulo, assim, as diferenças culturais ainda são bem evidentes. No último dia do Matheus em Bogotá, o primeiro trainee a chegar, fizemos um Brazilian Day, com feijoada, caipirinha, brigadeiro, beijinho, bolo de cenoura e torta de banana, e as músicas brazileiras também.

Algumas curiosidades sobre Bogotá:
Aqui não há isenção das taxas de transporte para os idosos, e nem sempre as pessoas respeitam os lugares preferenciais. Os motoristas também não dão passagem para ambulâncias e polícias.
Não há estações do ano aqui, mas em um mesmo dia pode ter todas elas.
Quase todos os bares e baladas fecham obrigatoriamente as 3h da manhã, assim, as pessoas saem em torno das 8h30, e depois de fechar os bares, vão para a casa de alguém para continuar a noite.
Muitos homens parecem gays, e não são.. ou pelo menos não sabem.

Saudades do Brasil!!



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Hello India!

Finalmente consegui um tempinho na internet aqui da casa.. ela está sempre dando problema e temos uns 16 intercambistas por aqui... a casa é enorme!!!! Tem 3 andares e um "porão com mais uns 4 quartos! Ainda estou no quarto do porão porque os de cima ainda estão ocupados, mas daqui 2 semanas, pelo menos, 3 vagas serão liberadas. As refeições da casa são muito boas e eu sempre peço 'not spicy' e é o único lugar q realmente vem sem pimenta! Aqui o que não tem pimenta pra eles é muuuuuito apimentado pra mim! = (

A minha primeira impressão da India foi muito estranha.. andei de 'rikshaw'.. o taxi daqui.. (Olhem a foto)
E o trânsito é doido mesmo... da cada frio na barriga! Mas até achei que os carros não estão tão batidos! Ninguêm usa papel higiênico, mas pelo menos vende no supermercado... o ar é muito poluido (quando eu chego em casa e lavo as mãos e o rosto.. a água sai cinza!) e tem lixo pra todo lado.. muita sujeira por aqui!

O meu trabalho é realmente o que eu esperava e a Ana, brasileira que também mora na casa, está trabalhando por lá! Ela foi meu anjo da guarda por aqui na India, jé me deu altas dicas e me explicou tudo do trabalho pois vou continuar o que ela faz. A ONG JKSMS está criando uma empresa social para os artesanatos do Rajastão e estamos ajudando no marketing criando a carta de arrecadação de fundos, banners, panfletos. Eles fazem várias conferências tbm e vou participar da organização de uma para garotas de programas... eles vão falar sobre outras alternativas e estudam os motivos que as levaram ir para esse lado. A ONG é muito antiga, vai fazer quase 30 anos! Posso trabalhar com outros ramos dela como os orfanatos de meninas e meninos, também.  Acho que assim que acabar a conferência vou ficar com as crianças um pouco! O trabalho é muito sujo, tem um ratinho q fica andando por lá!!! ;/


Esse final de semana fui para Varanasi com mais 9 pessoas aqui da casa.. foi muito legal. Viajamos 16 hrs de trem para chegar lá... depois conto no proximo post! Beijos! Camilla.

2nd Week



A semana começou com preparativos para um evento que iria acontecer na escola em que trabalho. Uma competição de fantasias iria acontecer e os alunos mais criativos ganhariam prêmios. No dia seguinte o evento aconteceu e foi um evento muito bacana pois os alunos participantes usaram a criatividade e fizeram fantasias muito bacanas, como Charles Chaplin, uma árvore, um gorila, Madre Teresa, entre outros personagens.

No mesmo dia fui até o Rio Ganges (Ganga) para ver se realmente é poluído, apesar de ter em mente que um dia irei tomar banho nele. O significado do rio é muito intenso e a religiosidade do país dá mais ênfase a importância do mesmo. A historia do rio é contada que tempos atrás a intensidade do rio era tanta, caindo da imensidão das montanhas dos Himalaias que Shiva (deus da destruição – destroi o velho para criar o novo e balancear as energias do mundo) se colocou em baixo da torrencial força do Ganges e diminuiu a força do mesmo, dando vida a braços contínuos do rio que se espraiam pelo país e que significam muito tanto para a agricultura local quanto para o misticismo envolvendo cidades como Veranasi. Por isso, toda vez que observar o deus Shiva, ele estará representado com um pote na cabeça, simbolizando esta diminuição na força do rio.
No local eu vi pequenas imagens de deuses que por sinal estão por todo o lugar, as pessoas não acreditam nas imagens em si, mas sim que as mesmas são uma conexão entre eles e os deuses, por isso a adoração e culto as imagens, seja para Krishna/Vishnu, Bhrama, Shiva, Kali, ou os outros milhares que existem.

Durante umas 2 semanas a escola entrou de férias e tivemos que realizar workshops com os alunos que gostariam de participar do mesmo. Tudo ocorreria muito bem na teoria, mas na prática vimos que foi apenas dançar, dançar e dançar.
O diretor da escola é muito influente e gosta muito dos intercambistas. Ele possui muitos contatos e nos convidou para irmos em um casamento, mas não era um simples casamento, era o casamento do filho de uma pessoa do governo do estado de West Bengal. O local era muito divergente da realidade das ruas e da maioria do povo de Kolkata, o que fez a visão de mundo da Índia ficar mais forte, ou seja, a divergência entre riqueza e pobreza extremas ficariam mais evidentes em meu ponto de vista. O casamento tinha uma média de 4000 convidados e os enfeites e comidas, além do entretenimento de dançarinos ao ritmo de musica indiana eram fora do comum. Tudo do bom e do melhor.
Esta semana foi a semana dos eventos e dos casamentos. No posterior ao casamento gigantesco, fui em um evento do colégio do meu chefe, onde era o encontro dos amigos dele da escola. Como sempre comida e bebida gratuitas não eram de se negar.
Um dia após o casamento muçulmano com grande glamour, fui a outro grande casamento, só que agora mais tradicional do estado, casamento Bengali. Os noivos estavam muito bonitos com toda a vestimenta tradicional indiana e todas as flores que enfeitavam o local. Uma fogueira estava acesa entre o casal e um homem que para a religião católica simbolizava um padre. O casal, após fazer seus votos em Sanscrito, deram 7 voltas ao entorno da fogo, numero perfeito, simbolizando sorte, harmonia e felicidade. Esses 2 casamentos foram uma maravilha. Comida em abundancia e pedir para ter problemas estomacais depois, devido a grande quantidade ingerida de comida.
 Noivos!

No domingo, eu e os intercambistas estávamos indo para um templo, e foi muito engraçado pois acabamos por descobrir que é possível caber 11 pessoas dentro de um táxi indiano. No caminho tivemos que para num beco qualquer porque o motorista estava com muito medo que a policia o pegasse. A exorbitante quantia da multa iria dar menos de R$ 7, mas como não fomos pegos continuamos ricos. No caminho para o templo estava tendo uma espécie de passeata com gurus (tipos de monges) que bloqueavam as ruas. Após ver a passeata, no caminho vi uma loja de pornô e fiquei assustado de ver filmes pornôs na Índia, mas é filme ocidental, o que não teve muita graça no final.
O templo era da deusa Kali, mulher de Shiva, simboliza morte e sensualidade e sua cor é a preta, além de ela ter uma língua em destaque. O templo estava repleto de indianos cultuadores da deusa e o povo Bengali em especial cultua muito esta deusa. Antes de entrar no templo tiramos os sapatos e fomos até um local com muita gente e sempre no empurra-empurra e já grudamos em uma fila para entrar no templo. Resumindo, foi muito tempo pra ver uma imagem e mais nada. Muito chato e além do mais fiquei uns 3 dias para limpar meus pés definitivamente. No almoço, como sempre, comi nas barraquinhas de rua, um arroz com uns molhos sem gostos, mas valeu muito pela fome e por ter comido com as mãos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

El peligro es que te quieras quedar

Camila Takamune


O que posso dizer da Colômbia desde que cheguei  é que para mim, o tempo corre como se o dia tivesse 48 horas. Nessa primeira semana sinto como se já estivesse aqui por um muito  tempo.


Minha chegada no aeroporto foi como um teste para os membros do LC, já que estava prevista para as 5h00, horário de Bogotá, mesmo assim, foram 5 pessoas animadas, com cartazes, bexigas e fazendo barulho. Foram muito simpáticos. A primeira vez que fui conversar com eles, quis falar em inglês, mas eles me disseram que aqui, a maioria dos habitantes não fala em inglês, assim, fui forçada a desenvolver meu espanhol, o que foi bom. Apesar de parecido com o português, certos detalhes, palavras, são essenciais, mas com pouco tempo, nesse intensivo se aprende muito.

Bogotá é uma cidade bem grande, possui diversos centros comerciais. Por ser traçado em quadrículas, as ruas e, por consequência, as contruções,  são orientadas de acordo com a sua localização. O transporte público consiste em vários tipos de ônibus (bus, colectivo e buseta) que não têm pontos fixos, podem parar em qualquer  lugar e o Transmilênio, que é um sistema de ônibus que têm inspiração nos metrôs e abrange grande parte da cidade. Também existem muitos táxis, aqui são bem baratos comparado com a  maioria dos paísesl. Em geral, o trânsito aqui é bem agressivo, os motoristas dirigem aos trancos, buzinam para tudo e não há radares. Existem muitos policiais, mas na maioria das vezes são não portam armas, em geral são jovens, pois estão prestando serviço militar obrigatório após término do Ensino Médio. Aqui não é tão frio quanto eu imaginava, nos primeiros dias estava nublado e sempre chovia, mas depois começou a fazer Sol pela manhã, devido a altitude, tanto o frio quanto o calor são mais intensos, mas uma blusa mais fechada já serve.

Nessa semana fui em pubs, na Candelária e no Choro, que funcionam durante o dia; barzinhos na 85, sim os latinos dançam MUITO mais que os brasileiros!;  subi a Montanha Monserrate, muitas pessoas fazem isso, enquanto subia, exausta, vi desde pequenas crianças até idosos com muleta fazendo o mesmo trajeto; fui no Museo de Oro, é incrível a riqueza na história do país; conhecemos alguns pontos turísticos em outras cidades próximas, como a Catedral de Sal no Parque Zipaquirá, que se localiza em uma antiga mina e possui diversas esculturas em rochas de extração de sal e futuramente uma área para esmeraldas, já que a Colombia é a maior exportadora da pedra, e La Cabaña, uma conveniência de uma grande indústria de Leite, Alpina, na cidade de Sopo (os doces aqui não são tão doces quanto no Brasil).
Montanha Monserrate

A comida não é tão parecida com a brasileira como achei. Eles comem bastante batata (na maioria das vezes com casca), plátano (muito parecido com a banana), frango (que é diferente de galinha), muitas frituras. Existem muitos pratos típicos como ajiaco (um tipo de sopa com legumes), patacón (plátano amassado frito), chunchuyo (intestino -> horrível!!), morsilla (tripa recheada -> é ruim também), empanadas (parece pastel), buñuelos (um salgado de massa de queijo), chocolate quente com queijo (dentro), entre outros. Nas minhas duas famílias eles seguem dietas bem saudáveis, assim pude conhecer frutas diferentes também, como lulo e mangostino, esse último só existe em uma determinada região da Colombia, e dá duas vezes por ano. Em relação às bebidas, na maioria das vezes bebem cerveja, rum ou aguardente (é mais fraca que a pinga, com um gosto de anis, igual a que o Luis levou no Handover). Aqui a água encanada é potável, por isso é mais cara, mas as pessoas por aqui não tem costume de beber muita água.

Meus 4 primeiros dias fiquei em uma família, eles foram muito amorosos. A mão já morou alguns meses em São Paulo, o pai é de Bogotá, Manuel de 19 anos é membro da AIESEC e Natalia de 17 pretende entrar quando fizer 18. Em poucos dias, adquirimos muita intimidade. Foi um pouco difícil pra mim a mudança de host, a família da Viviana e da Karol, ambas da AIESEC, também é muito atenciosa. As duas são um pouco mais velhas, 23 e 25 respectivamente, já são formadas e trabalham em telemarketing, então não saem tanto, pois dormem cedo para acordar cedo, assim, não conversamos tanto assim.

A AIESEC Javeriana existe há 35 anos e possui 160 membros no LC, por isso são bem organizador e setorizados, não coheci todos os membros, mesmo porque aqui os estudantes estavam em um recesso, mas já estão em aulas novamente. Dos 12 trainees, 7 são brasileiros, 2 são peruanas, 2 argentinas e 1 boliviano. O ex LCP me disse que esse é o maior projeto que eles já fizeram, por isso se chama “Más Impacto”. Aqui em Bogotá existem mais algumas AIESECs, as outras maiores são de Andes e de Rosário, e eles também têm vários brasileiros.

"Se hay un problema que tienes solución
¿ Qué te preocupas?
Se hay un problema sin solución,
¿ Qué te preocupas?"
O meu trabalho é na Fundação Catalina Muñoz, que surgiu há 10 anos, do desdobramento do “Techo para mí país”. Atua na área de construção de casas pré-fabricadas, com blocos de concreto, assim como em melhoramentos em setores da casa, como banheiros, cozinhas e coleta de água, em comunidades carentes no país inteiro. Além de construir as casas, eles visam uma integração com a família, há projetos de profissionalização dos moradores também. A diferença entre o Teto de São Paulo é que aí as moradias são provisórias, de madeira e aqui elas tem vida de 30 anos. Dentre os funcionários existem arquitetos, psicólogas, administradores, publicitários e voluntários em diversos campos.

Eu não estou conseguindo conectar em casa, mas agora conecto na Fundação, então volto a dar notícias logo! :D