quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

El peligro es que te quieras quedar

Camila Takamune


O que posso dizer da Colômbia desde que cheguei  é que para mim, o tempo corre como se o dia tivesse 48 horas. Nessa primeira semana sinto como se já estivesse aqui por um muito  tempo.


Minha chegada no aeroporto foi como um teste para os membros do LC, já que estava prevista para as 5h00, horário de Bogotá, mesmo assim, foram 5 pessoas animadas, com cartazes, bexigas e fazendo barulho. Foram muito simpáticos. A primeira vez que fui conversar com eles, quis falar em inglês, mas eles me disseram que aqui, a maioria dos habitantes não fala em inglês, assim, fui forçada a desenvolver meu espanhol, o que foi bom. Apesar de parecido com o português, certos detalhes, palavras, são essenciais, mas com pouco tempo, nesse intensivo se aprende muito.

Bogotá é uma cidade bem grande, possui diversos centros comerciais. Por ser traçado em quadrículas, as ruas e, por consequência, as contruções,  são orientadas de acordo com a sua localização. O transporte público consiste em vários tipos de ônibus (bus, colectivo e buseta) que não têm pontos fixos, podem parar em qualquer  lugar e o Transmilênio, que é um sistema de ônibus que têm inspiração nos metrôs e abrange grande parte da cidade. Também existem muitos táxis, aqui são bem baratos comparado com a  maioria dos paísesl. Em geral, o trânsito aqui é bem agressivo, os motoristas dirigem aos trancos, buzinam para tudo e não há radares. Existem muitos policiais, mas na maioria das vezes são não portam armas, em geral são jovens, pois estão prestando serviço militar obrigatório após término do Ensino Médio. Aqui não é tão frio quanto eu imaginava, nos primeiros dias estava nublado e sempre chovia, mas depois começou a fazer Sol pela manhã, devido a altitude, tanto o frio quanto o calor são mais intensos, mas uma blusa mais fechada já serve.

Nessa semana fui em pubs, na Candelária e no Choro, que funcionam durante o dia; barzinhos na 85, sim os latinos dançam MUITO mais que os brasileiros!;  subi a Montanha Monserrate, muitas pessoas fazem isso, enquanto subia, exausta, vi desde pequenas crianças até idosos com muleta fazendo o mesmo trajeto; fui no Museo de Oro, é incrível a riqueza na história do país; conhecemos alguns pontos turísticos em outras cidades próximas, como a Catedral de Sal no Parque Zipaquirá, que se localiza em uma antiga mina e possui diversas esculturas em rochas de extração de sal e futuramente uma área para esmeraldas, já que a Colombia é a maior exportadora da pedra, e La Cabaña, uma conveniência de uma grande indústria de Leite, Alpina, na cidade de Sopo (os doces aqui não são tão doces quanto no Brasil).
Montanha Monserrate

A comida não é tão parecida com a brasileira como achei. Eles comem bastante batata (na maioria das vezes com casca), plátano (muito parecido com a banana), frango (que é diferente de galinha), muitas frituras. Existem muitos pratos típicos como ajiaco (um tipo de sopa com legumes), patacón (plátano amassado frito), chunchuyo (intestino -> horrível!!), morsilla (tripa recheada -> é ruim também), empanadas (parece pastel), buñuelos (um salgado de massa de queijo), chocolate quente com queijo (dentro), entre outros. Nas minhas duas famílias eles seguem dietas bem saudáveis, assim pude conhecer frutas diferentes também, como lulo e mangostino, esse último só existe em uma determinada região da Colombia, e dá duas vezes por ano. Em relação às bebidas, na maioria das vezes bebem cerveja, rum ou aguardente (é mais fraca que a pinga, com um gosto de anis, igual a que o Luis levou no Handover). Aqui a água encanada é potável, por isso é mais cara, mas as pessoas por aqui não tem costume de beber muita água.

Meus 4 primeiros dias fiquei em uma família, eles foram muito amorosos. A mão já morou alguns meses em São Paulo, o pai é de Bogotá, Manuel de 19 anos é membro da AIESEC e Natalia de 17 pretende entrar quando fizer 18. Em poucos dias, adquirimos muita intimidade. Foi um pouco difícil pra mim a mudança de host, a família da Viviana e da Karol, ambas da AIESEC, também é muito atenciosa. As duas são um pouco mais velhas, 23 e 25 respectivamente, já são formadas e trabalham em telemarketing, então não saem tanto, pois dormem cedo para acordar cedo, assim, não conversamos tanto assim.

A AIESEC Javeriana existe há 35 anos e possui 160 membros no LC, por isso são bem organizador e setorizados, não coheci todos os membros, mesmo porque aqui os estudantes estavam em um recesso, mas já estão em aulas novamente. Dos 12 trainees, 7 são brasileiros, 2 são peruanas, 2 argentinas e 1 boliviano. O ex LCP me disse que esse é o maior projeto que eles já fizeram, por isso se chama “Más Impacto”. Aqui em Bogotá existem mais algumas AIESECs, as outras maiores são de Andes e de Rosário, e eles também têm vários brasileiros.

"Se hay un problema que tienes solución
¿ Qué te preocupas?
Se hay un problema sin solución,
¿ Qué te preocupas?"
O meu trabalho é na Fundação Catalina Muñoz, que surgiu há 10 anos, do desdobramento do “Techo para mí país”. Atua na área de construção de casas pré-fabricadas, com blocos de concreto, assim como em melhoramentos em setores da casa, como banheiros, cozinhas e coleta de água, em comunidades carentes no país inteiro. Além de construir as casas, eles visam uma integração com a família, há projetos de profissionalização dos moradores também. A diferença entre o Teto de São Paulo é que aí as moradias são provisórias, de madeira e aqui elas tem vida de 30 anos. Dentre os funcionários existem arquitetos, psicólogas, administradores, publicitários e voluntários em diversos campos.

Eu não estou conseguindo conectar em casa, mas agora conecto na Fundação, então volto a dar notícias logo! :D

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