Gente, esse mundo é incrível.
O que vocês vão ler agora, escrevi no domingo, mas só estou conseguindo postar hoje.
E como a internet não é master veloz, acho que em uma semana vocês vão ver porque, até eu conseguir dar upload no vídeo (Dani boy, sou brasileira e não desisto nunca hahaha)
Bonjour! Ça va?
Bom, resolvi parar de reclamar e relatar outras coisas que estou vivenciando.
Começando com a minha nova host family. Um cara de Camarões e 6 do Congo!
Eu tô há duas semanas na casa do Gael, que é um membro da @Sfax e veio de Camarões pra cá, há 4 anos, pra estudar.
Ele age como um pai pra gente. Se estamos felizes, eu juro, ele sai dançando pela casa.
Se estamos tristes, ele fica sentado se e nos perguntando o que fazer para nos animar.
Até preocupado com o que eu como ele fica.
A casa dele fica no mesmo pátio da igreja e casa dos missionários brasileiros.
Ele é uma das melhores pessoas que já conheci na vida.
Um coração bom, puro, realmente integrado aos valores da aiesec. Segundo ele, a AIESEC é uma das coisas mais importantes da sua vida (até me lembrou o Dani hehehe).
E os amigos dele também são ótimos. Divertidos e, principalmente, compreensíveis, já que concordaram em nos hospedar por tempo indeterminado.
A mentalidade deles é até que parecida com a nossa. Mas a cultura é outra. Muito diferente.
Tá, além dos get together, onde escutamos musicas e vemos a maneira que eles dançam, que é muito divertida, aconteceu uma coisa muito triste e eu vi como os africanos enfrentam isso.
O pai de um dos meninos morreu semana passada. Menino não, homem. Tem 28 anos e está aqui há 9 anos, porque seu pai queria que ele fosse um Business man.
Então, no sábado passado, seus amigos vieram aqui e começaram a tocar o tambor deles (que não sei como chama, mas é parecido com a darbuka daqui) e etc.
Na 3ª feira teve uma missa e todas as pessoas da África negra que estão em Sfax nesse momento, vieram. Depois teve uma festa. Com petiscos, musicas, danças...
Na verdade, eu não sabia que a missa era para o seu pai. Tampouco a festa. Tanto que eu estava no quarto conversando com as meninas, quando o Gael nos chamou e pediu para que fossemos falar com ele, só para perguntar se estava tudo bem.
Então ele se sentou com a gente e nos explicou que essa é a maneira africana de enfrentar a dor.
Ele não poderia voltar ao Congo para a "confraternização", então seus amigos organizaram uma aqui. Veio gente de Camarões, Nigéria, um outro país que não me pergunte o nome, mas no final só o pessoal do Congo ficou aqui.
Depois eu estava conversando com o Camilo, um dos missionários, e perguntando: será que fazendo isso a dor alivia mais rápido? Ele me falou que sim. E provavelmente, ele está certo.
Não generalizando, mas pelas coisas que eu vivi, nossa maneira de se isolar de tudo e todos, de ficar trancafiado em casa, sem querer conversar... Realmente deve retardar o processo da "cura".
Me falaram que quando isso acontece, os vizinhos, a família, os amigos, todos preparam comida durante um mês, vão todos os dias na casa da pessoa..
Tá, não me julguem pelo o que vou falar. Mas isso me parece uma forma mais evoluída de lidar com a dor do que a nossa.
Bom, agora sobre a minha 2ª família aqui, os EPs.
A Nabila, o Christopher e a Adela, do meu projeto, já foram embora.
Tive alguns problemas com a Adela (Romênia), mas confesso que já estou com saudades dela. Eu fui a mãe dela durante suas 3 semanas aqui. E no final, ela, a Mars (China) e eu, estávamos mais unidas do que nunca.
Com os EPs do Lets Dream, não tive taaaanto contato, estou começando a ter mais agora.
Com exceção da Ana (Romenia) e Chelsea (China), pois estamos morando juntas (na verdade, a Chelsea agora se mudou também). Mas essa semana me encontrei quase todos os dias com o Alan, Rita, Nancy (Taiwan), e é tão gostosa a forma sincera que eles te abraçam, realmente com saudades. Eu me divirto com eles, muito! São inocentes, mas não tontos, sabe?
Também tem a Roxanna, una chica muyyyyy guapa del Panamá, pero es de la AIESEC Madri. Super decidida, forte e com o nosso temperinho latino, que daí já é aquela coisa, somos hermanos!
O Milan, da Sérvia, que quando chegou era quietão, sério.. Mas que nada... Ele é o mais velho dos EPs, tem 27 anos, é super brincalhão e de sério não tem nada. É pior que mulher. Se você quer saber alguma fofoca, pode ter certeza que ele vai ter muitas!
Tem a Paulinia, da Polônia, que eu não tive quase contato, mas da pra ver que ela é muito interessada, que veio pra cá como o Léo (Brasil), disposta a fazer as coisas da TN, com o propósito de ajudar como pode.
E o Léo, aahh! O único problema é que ele é palmeirense! Mas quase sempre que a gente se vê, no nosso tópico de conversa tem "nossa, como eu queria uma feijoada. Que vontade de uma Brahma!". E não sei porque, a gente sempre se fala um pouco em inglês, hahaha.
A Ana está comigo desde que chegou. Antes de eu me relacionar melhor com a Mars e a Chelsea, era com ela que eu falava besteira, desabafava, compartilhava segredos, angustias. E era comigo que ela fazia o mesmo.
A Mars é tipo que nem a gente, mente bem aberta, super fofinha. Agora com a Chelsea, eu me divirto muito. Não só eu. Nós 3. Cada piadinha suja que a gente fala, ela começa a rir morrendo de vergonha. Ah, e nem preciso falar que com a Mars e a Chelsea, comi coisas que... Bom, não acho que comeria, tipo língua de pato e algumas outras coisas que elas trouxeram!
Bom, acho que é só. Desculpa mesmo por ter parado de postar. Deixei que os problemas tomassem conta da minha cabeça, mas prometo me esforçar pra não deixar que isso se repita!
Beijos. Cecy