terça-feira, 24 de janeiro de 2012

2nd Week



A semana começou com preparativos para um evento que iria acontecer na escola em que trabalho. Uma competição de fantasias iria acontecer e os alunos mais criativos ganhariam prêmios. No dia seguinte o evento aconteceu e foi um evento muito bacana pois os alunos participantes usaram a criatividade e fizeram fantasias muito bacanas, como Charles Chaplin, uma árvore, um gorila, Madre Teresa, entre outros personagens.

No mesmo dia fui até o Rio Ganges (Ganga) para ver se realmente é poluído, apesar de ter em mente que um dia irei tomar banho nele. O significado do rio é muito intenso e a religiosidade do país dá mais ênfase a importância do mesmo. A historia do rio é contada que tempos atrás a intensidade do rio era tanta, caindo da imensidão das montanhas dos Himalaias que Shiva (deus da destruição – destroi o velho para criar o novo e balancear as energias do mundo) se colocou em baixo da torrencial força do Ganges e diminuiu a força do mesmo, dando vida a braços contínuos do rio que se espraiam pelo país e que significam muito tanto para a agricultura local quanto para o misticismo envolvendo cidades como Veranasi. Por isso, toda vez que observar o deus Shiva, ele estará representado com um pote na cabeça, simbolizando esta diminuição na força do rio.
No local eu vi pequenas imagens de deuses que por sinal estão por todo o lugar, as pessoas não acreditam nas imagens em si, mas sim que as mesmas são uma conexão entre eles e os deuses, por isso a adoração e culto as imagens, seja para Krishna/Vishnu, Bhrama, Shiva, Kali, ou os outros milhares que existem.

Durante umas 2 semanas a escola entrou de férias e tivemos que realizar workshops com os alunos que gostariam de participar do mesmo. Tudo ocorreria muito bem na teoria, mas na prática vimos que foi apenas dançar, dançar e dançar.
O diretor da escola é muito influente e gosta muito dos intercambistas. Ele possui muitos contatos e nos convidou para irmos em um casamento, mas não era um simples casamento, era o casamento do filho de uma pessoa do governo do estado de West Bengal. O local era muito divergente da realidade das ruas e da maioria do povo de Kolkata, o que fez a visão de mundo da Índia ficar mais forte, ou seja, a divergência entre riqueza e pobreza extremas ficariam mais evidentes em meu ponto de vista. O casamento tinha uma média de 4000 convidados e os enfeites e comidas, além do entretenimento de dançarinos ao ritmo de musica indiana eram fora do comum. Tudo do bom e do melhor.
Esta semana foi a semana dos eventos e dos casamentos. No posterior ao casamento gigantesco, fui em um evento do colégio do meu chefe, onde era o encontro dos amigos dele da escola. Como sempre comida e bebida gratuitas não eram de se negar.
Um dia após o casamento muçulmano com grande glamour, fui a outro grande casamento, só que agora mais tradicional do estado, casamento Bengali. Os noivos estavam muito bonitos com toda a vestimenta tradicional indiana e todas as flores que enfeitavam o local. Uma fogueira estava acesa entre o casal e um homem que para a religião católica simbolizava um padre. O casal, após fazer seus votos em Sanscrito, deram 7 voltas ao entorno da fogo, numero perfeito, simbolizando sorte, harmonia e felicidade. Esses 2 casamentos foram uma maravilha. Comida em abundancia e pedir para ter problemas estomacais depois, devido a grande quantidade ingerida de comida.
 Noivos!

No domingo, eu e os intercambistas estávamos indo para um templo, e foi muito engraçado pois acabamos por descobrir que é possível caber 11 pessoas dentro de um táxi indiano. No caminho tivemos que para num beco qualquer porque o motorista estava com muito medo que a policia o pegasse. A exorbitante quantia da multa iria dar menos de R$ 7, mas como não fomos pegos continuamos ricos. No caminho para o templo estava tendo uma espécie de passeata com gurus (tipos de monges) que bloqueavam as ruas. Após ver a passeata, no caminho vi uma loja de pornô e fiquei assustado de ver filmes pornôs na Índia, mas é filme ocidental, o que não teve muita graça no final.
O templo era da deusa Kali, mulher de Shiva, simboliza morte e sensualidade e sua cor é a preta, além de ela ter uma língua em destaque. O templo estava repleto de indianos cultuadores da deusa e o povo Bengali em especial cultua muito esta deusa. Antes de entrar no templo tiramos os sapatos e fomos até um local com muita gente e sempre no empurra-empurra e já grudamos em uma fila para entrar no templo. Resumindo, foi muito tempo pra ver uma imagem e mais nada. Muito chato e além do mais fiquei uns 3 dias para limpar meus pés definitivamente. No almoço, como sempre, comi nas barraquinhas de rua, um arroz com uns molhos sem gostos, mas valeu muito pela fome e por ter comido com as mãos.

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